20/2/2009
Segundo o estudo, 25% da produção alimentar pode ser perdida devido a degradações ambientais até 2050
Thais Iervolino
Durante a 25 ª sessão do Conselho de Administração do Pnuma / Fórum Ministerial Mundial do Ambiente que vai até sexta-feira (20), a Organização das Nações Unidas (ONU), por meio de seu Programa Ambiental (Pnuma), lançou um relatório que divulga sete pontos para reduzir o risco da fome e o aumento da insegurança alimentar no século 21.
O estudo, divulgado durante reunião que busca soluções para as atuais crises ambiental, alimentar, energética e financeira, aponta sete questões sobre os modos de como os alimentos são produzidos, manuseados e eliminados em todo o mundo, desde a exploração agrícola até chegar aos aterros sanitários, passando por frigoríficos e comercialização do produto em lojas.
Denominado de "As crises alimentares e de meio ambiente: o papel do meio ambiente para evitar futuras crises de alimentos" (tradução de 'The Environmental Food Crisis: Environment's role in averting future food crises'), o documento afirma que, ao mudar todos esses processos, pode-se alimentar a crescente população mundial e ajudar os serviços ambientais que são o fundamento da produtividade agrícola.
Segundo o Pnuma, a menos que haja sistemas agrícolas mais inteligentes e criativos, a crise alimentar de 2008 - que fez com que milhões de pessoas passassem fome - pode trazer uma crise ainda maior nos próximos anos.
O relatório, compilado por especialistas do Penuma e pelo secretário geral das Nações Unidas Ban Ki-moon, conclui que os preços dos alimentos podem aumentar em 30 a 50% dentro de décadas, com impactos críticos àqueles que vivem em extrema pobreza - que podem chegar a gastar até 90 por cento do seu rendimento em comida.
Outra conclusão do estudo é que até 25% da produção alimentar pode ser perdida devido a "degradações ambientais" até 2050, a menos que sejam tomadas medidas. Já, cereais rendimentos estagnaram em todo o mundo e desembarques peixes estão em declínio.
Atualmente, mais de um terço do consumo mundial de cereais é utilizado como alimento para animais. Esse número aumentará em 50% até 2050. Segundo o Pnuma, se esse dado continuar a crescer, a pobreza e a degradação ambiental irá aumentar.
Fatores
O relatório mostra que muitos dos fatores responsáveis pela atual crise alimentar - seca, os biocombustíveis de primeira geração, os preços elevados do petróleo, grãos e especulação, especialmente em reservas alimentares - podem piorar substancialmente nas próximas décadas.
A alteração climática surge como outro fator que pode minar as chances de alimentação de mais de nove bilhões de pessoas até 2050.
Outras ações no âmbito do plano de sete pontos incluem:
- Reorganização do mercado dos alimentos para regular os preços e gerar redes de segurança alimentar para pessoas em situação de risco, apoiados por um fundo de micro-financiamento para impulsionar produtividade da agricultura de pequena escala nos países em desenvolvimento.
- Supressão dos subsídios agrícolas e promoção dos biocombustíveis de segunda geração com base em resíduos, em vez de culturas primárias - isto, segundo o estudo, poderia reduzir a pressão sobre terras férteis e as críticas dos ecossistemas, como as florestas.
Veja o documento na íntegra
Fonte: ef@amazonia.org.br.
domingo, 22 de fevereiro de 2009
ONU lança relatório com sete pontos para reduzir risco da fome no mundo
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